Vento Assobio Vida
O assobio do vento, canção do amarelado milharal
Nuvens brancas espichadas, cordas no céu esticadas
História do espantalho, coração de palha que afugenta o amor
Solitário abandonado, roupas rasgadas, uma elegância debotada
O espantalho largado aos ventos, trapos de remendos costurados
Nos campos figura de mulher, imagem de poeira desenhada
Silhueta indefinida, quase negra, cinza verde vestida
Era vida paralisada, acompanhando o passar dos ventos
Pensamento apertado, d' um sorriso faminto, microcosmo pedaço
Céu chuva de meteoros, pó de estrelas nos caminhos iluminados
Grande espaço vazio, ténis de sola grudada de grãos de areia
Bicicleta azul sem rodas, correndo sem saber para onde
Pedalando direção incerta indeterminada, dos muitos dias-noites
Correndo de nenhum lugar, para se perder ao acaso
Ventos que provoca nas sombras movimentos humanos
Recordações imprecisas, e escapulidas da memória
Era uma vez, a história do Espantalho que nunca foi contada...
Maria José Salles Callado / 23.06.08
Foto - MJSC - Ancud / Chiloé / Chile 2014
O assobio do vento, canção do amarelado milharal
Nuvens brancas espichadas, cordas no céu esticadas
História do espantalho, coração de palha que afugenta o amor
Solitário abandonado, roupas rasgadas, uma elegância debotada
O espantalho largado aos ventos, trapos de remendos costurados
Nos campos figura de mulher, imagem de poeira desenhada
Silhueta indefinida, quase negra, cinza verde vestida
Era vida paralisada, acompanhando o passar dos ventos
Pensamento apertado, d' um sorriso faminto, microcosmo pedaço
Céu chuva de meteoros, pó de estrelas nos caminhos iluminados
Grande espaço vazio, ténis de sola grudada de grãos de areia
Bicicleta azul sem rodas, correndo sem saber para onde
Pedalando direção incerta indeterminada, dos muitos dias-noites
Correndo de nenhum lugar, para se perder ao acaso
Ventos que provoca nas sombras movimentos humanos
Recordações imprecisas, e escapulidas da memória
Era uma vez, a história do Espantalho que nunca foi contada...
Maria José Salles Callado / 23.06.08
Foto - MJSC - Ancud / Chiloé / Chile 2014
Um comentário:
Acho que dentro de todos nós existe um espantalho..Nos paralisamos diante de alguns fatos, preferimos a inércia do que acompanhar o rumo dos ventos...Deixamos de amar , com medo de sofrer...Nunca saberemos a sensação de adormecer num sonho de vaga lumes,ou mesmo apreciar o voô sem destino , nem mesmo ver nossa face iluminada pelo aro -íris...
Mas o velho guardião com seu véu na neblina é capaz de viver nesse sonho de asas, voando no assobio dos ventos, vivendo num jardin de estrelas...
Pobre humanidade, não somos capazes de contar o quanto é grandioso ser seduzido pelas cores da manhã....Nunca estamos de braços abertos, ficamos reclusos em nossa egocentria...
Parabéns, com muita delicadeza você foi capaz de dar vida ao "Espantalho"...
Beijos
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