Uma tarde de raios finos de luz
Tornando viva uma terra insípida
Raios de sol na mais branca gaivota
Borrões de luz atravessando as folhas
Uma luz contra os troncos das árvores
Clareando o castanho de cascas rachadas
Correndo atrás das vegetações rasteiras
Das estradas que desaparecem na cidade
Cidades que se repetem, janelas iluminadas
Vulto no vidro de uma forma quase humana
Projeção na parede, uma impressão azulada
Uma armadilha de luz, fotografias do presente
Cópias não apagadas, das minhas recordações
Amor uma dimensão, profundidade e distância
Árvore de ramos altos, paisagem de um rosto
Estranha inclinação da folha frágil aos ventos
Foto em preto e branco, transição de imagens
Pedaços de papel rústico, fotografias da vida
a
Maria José Salles Callado / 16.10.10
5 comentários:
Cada detalhe faz a diferença e marca nossa memória por mais simples que seja. Uma luz, um retrato, um cheiro ou gosto qualquer. Como é bom relembrar a infância com esse poema sobre a vida. Parabéns Mazé, adorei.
La fotografía mira el presente lo que existe en otra dimensión, cuyas raices se dislumbran a traves de esos "rayos finos de luz"
T.L.A.
Mazé,
Você é um raio de luz nas fotografias opacas da vida.
Um cheiro,
Graça Aquino.
Querida,
A fotografia é a percepção sensível do real, é como se eternizássemos o momento,é a imagem contida, e incontida na visão poética. As vezes é a presença de uma ausência que nos machuca e nossas retinas buscam ali o conforto da lembrança.
Arriscaria em dizer que : a fotografia anda lado a lado com a poesia.
Linda,parabéns...
Um big beijo
Lilian
Uma amiga, Maria Tereza, de Fortaleza me sugeriu que eu desse uma olhada em seu blog para conhecer vc, suas poesias, sua visão de mundo...
Bem, cá estou eu, encantanda com o que vi, com o que senti, com o que ouvi (Vicent, de Dom Maclean)...
Peço licença à Clarice para lhe dizer:
"Eu te recebo de pés descalços,
É essa a minha ousadia...
E, essa nudez de pés
É a minha humildade..."
Irene
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