Sementes de Damasco
Himalaia
de austera beleza, menina alpinista do azul
Por
que não falar com altas montanhas? E no silêncio
Vagar
nos desfiladeiros e picos avermelhados difusos
Rastrear
cabritos pastando no capim do verde-musgo
Trilhas
das ovelhas que não foram feitas para crianças
Paquistão
cenário do céu, telhado grudado nas nuvens
Afeganistão
montanha menina, grande escalada perdida
Cabul
sem escolas, das muitas portas fechadas ao estudo
Aldeias
remotas da montanha, Ásia uma escola céu aberto
Crianças
sentadas ao ar livre, em círculos rabiscando letras
Escritas
com tocos e gravetos no chão; soma multiplicação
Em
tabuleta de madeira com varetas umedecidas na lama
Escolas
perdidas no vale, entre íngremes escarpas de pedra
Meninas
nômades, ovelhas selvagens, do teto das montanhas
Crianças
livres na natureza, como ovelhas no verde pastando
Paquistão
velho ritual do compartir a terceira xícara de chá
Meninas
virando paginas ao acaso; lendo o sopro dos ventos
Sementes
de damasco espalhadas nos picos das montanhas
Horizonte
avermelhado apagando a ultima luz sobre o dia!
Maria José Salles Callado/ 01.04.08
2 comentários:
Lindo poema...como tudo que vc. escreve...
Tem uma memsagem de final de ano e um selinho de Natal prá vc...dá uma passadinha no meu blog e pegao selinho, tá?
bjos
Olá ,
Se olharmos a bandeira do Afeganistão temos três cores, preto, vermelho e verde.
Basicamente relacionamos cores a fatos. Logo, o preto, luto.Vermelho , sangue e verde esperança.
Diante de tanto sangue derramado nesta terra você consegue dar vida aqueles que já não tem esperança.Consegue colorir o céu, fazendo com que nada seja preto e branco...A ânsia do aprender registrado em simples rabiscos no chão, é apagado por lágrimas que caem da dor do não poder da não liberdade, da saudade...
Quem sabe um dia essas crianças que vc cita , serão livres realmente , livres do poder, do ódio, do medo...
Bjs
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