quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Menino Hoje de Manhã...

Menino hoje de manhã... Amanhã de manhã  menino
Raio sol liquido peneirando os tons da tarde amarelada
Perdendo-se solitário em estrada mais longe afora
Encontrando alguns lugares onde conseguiria andar sozinho
Rastreado passos de pés descalços sobre pedras azuis 
Menino reduzindo o risco de travar na desistência de falar
Gaguejando palavras que até nem tinham sido pensadas
Silêncio agudo demais do não escutar barulho mais alto
Voz fraca não dando mais vontade de para trás voltar
Menino do hoje, tímido, impaciente, incrível, invisível
De carências agudas, superficiais, concretas, estúpidas
Menino antena captando movimento de qualquer coisa
Uma sombra menino fantasma... Olhos gastos... Atônitos
Brincadeira menino uni-duni-tê perdido no sistema solar
Dardos cravados alvo terra... Erros... Acertos... Tentativas
Atirando dardos, ritmo rápido, velocidade nos movimentos
Quem sabe atirar dardos? Sentido tronco oco, árvore vida
Vida pneu pendurado n'uma árvore flutuando fora do verde
Balançando rápido, abrindo caminhos por arbustos fechados
Vida do verde ser feito do amarelo e do azul e de nada mais
Túnel da vida desfazendo-se ao brusco toque em tijolos soltos
Menino tijolo arrancado da parede, escapando pra lugar nenhum!

Maria José Salles Callado / 26.02.08

Um comentário:

Anônimo disse...

MAZE.

... Sua poesia sempre toca o meu coração...emociona.Essa por sua vez me remete ao desejo de voltar a ser criança, de vivenciar as coisas infantis, de querer falar e calar tudo que nos der vontade, de sonhar que a vida possa ser mais humana para todos os povos do mundo.

Com muito carinho de alguém que não esquecerá de você.