sexta-feira, 12 de julho de 2013

                Pássaro Kosovo
 
Sarajevo réstias do sol ganhando um tom azul do pálido céu
Kosovo ventos velejando colinas, atingindo a marca da noite

Noite olho céu, mirando a lua se movendo através das nuvens
Senhor pássaro, franja vermelha buscando galhos para pousar
Ouvindo nas ruas abafadas da Bósnia, estampido da arma do caçador
Batendo asas rápidas, em círculos nos prédios, uma, duas, três vezes

Pássaro Kosovo levantando voo, procurando lugar bonito para planar
Menina de pulsos finos magros, saindo das mangas do pulôver cinza
Atleta dos pés voarem... escutando o barulho do ténis nas calçadas
Chão de listras escorregadias, cor da ferrugem de faixas de sangue
Partículas medo, poeira estagnada, se desprendendo do calcanhar
Time de histórias da guerra... Nomes da guerra perda de identidade
Furtivos olhos azuis, castanhos, de pessoas do poleiro sem sorrisos
Empoleirando-se nos destroços, vigas de ferro carbonizada retorcida
Ímpeto do remover tulipas, girassóis, e construir a barricada defesa
Verdade de pessoas serem mais difíceis de derrubar do que outras
Trancando a porta, ficando com chaves do não saber quando voltar
Lágrimas do esticar e comprar mais um dia vida no ninho do abutre
Umbral da porta sem gente, alguém, ninguém de uma destruição
Da guerra ser mesmo a nota dissonante de um violinista homem

Desperdício de vidas com poucas vogais nomes e ódio no coração


Maria José Salles Callado / 28.08.08
                                                                                                                          Foto - Beth Moon

Um comentário:

Anônimo disse...

MAZE
Sua poesia e de uma beleza infinita, essa em especial e uma das mais belas que ja li , tocaste o meu coracao, fala dos horrores da guerra, da auto destruicao do ser humano, e tambem da busca pela sobrevivencia dos inocentes no meio do caos.
Um grande beijo...
ISA.